09/10/2025
Reunião conjunta entre CBH Paranaíba e afluentes mineiros marca novo ciclo de integração na bacia
GERAL

Encontro entre as diretorias dos CBHs Paranaíba, Amap, Araguari e PN3 reforça articulação interestadual e fortalece o planejamento integrado dos recursos hídricos.
Nos dias 6 e 7 de outubro, a diretoria do CBH Paranaíba realizou, na sede da Amvap em Uberlândia/MG, reuniões voltadas ao alinhamento técnico com a entidade delegatária (Abha Gestão de Águas) e à integração com comitês afluentes da bacia. Durante a reunião com a equipe técnica da Abha Gestão de Águas, a diretoria do CBH Paranaíba discutiu pontos prioritários para o avanço da agenda técnica do comitê, com destaque para a formatação dos programas estruturantes da Bacia .
Para o vice-presidente do CBH Paranaíba, Fábio Bakker, a criação dos programas estruturantes é essencial para dar continuidade e coerência às ações do comitê. “Na experiência da cobrança (do CBH Paranaíba), entendemos que as obras e investimentos geram impacto no território, mas esse impacto pode ser limitado porque as ações não necessariamente estão vinculadas a desdobramentos. Os programas chegam nesse momento, para amarrar melhor as atividades e para garantir a continuidade. É pensar a médio e longo prazo e trabalhar para uma gestão cada vez mais efetiva em toda a bacia”, afirmou.
A proposta dos programas é traduzir as diretrizes do Plano Integrado de Recursos Hídricos do Paranaíba (Pirh Paranaíba) que está em processo de revisão, em ações concretas, com foco na indução de projetos em áreas críticas da bacia. Bakker também destacou que os programas têm potencial para fortalecer a imagem institucional do comitê. “Os programas vão funcionar como uma agenda de marketing para as ações do plano (Pirh Paranaíba), que impulsiona a marca do comitê e também possibilita a captação de recursos externos”, disse.
Integração entre diretorias amplia articulação e alinha prioridades
O segundo dia da reunião foi marcado pela primeira reunião conjunta entre as diretorias do CBH Paranaíba e dos comitês mineiros CBH Amap, CBH Araguari e CBH PN3. A iniciativa representa um avanço concreto no processo de integração entre os colegiados e na consolidação da bacia como unidade de planejamento. A integração agora extravasa a esfera da Câmara Técnica de Integração (CTI) e começa a estar presente nas principais discussões, guiando o planejamento estratégico dos comitês da bacia.
A presidente do CBH PN3 e secretária-adjunta do CBH Paranaíba, Elaine Aparecida Oliveira, destacou que “como presidente de um afluente mineiro (PN3), visualizo o início de um diálogo amplo, mais direto e essencial para a definição de prioridades e para a efetiva execução de projetos voltados à melhoria da gestão e conservação e qualidade dos recursos hídricos. E como secretária-adjunta do CBH Paranaíba, reconheço como a aproximação entre os afluentes mineiros e o comitê interestadual representa um avanço significativo na governança participativa e integrada da bacia, com foco na eficiência, transparência e resultados a curto, médio e longo prazo”.
O presidente do CBH Araguari, Sylvio Andreozi, destacou que a diversidade de experiências entre os comitês da bacia pode ser uma aliada na gestão. “Nós (os comitês) temos tempos e experiências diferentes na bacia, e essa diversidade pode ser bem aproveitada, podemos aprender uns com os outros. Talvez nós consigamos, com a integração, vencer a barreira da unidade da federação e começar a fazer a bacia como unidade de planejamento, o que é essencial para que a gestão seja realmente efetiva”, avaliou.
Ele também ressaltou a importância de um planejamento construído a partir dos territórios. “Apesar da hierarquia da gestão de recursos hídricos ser estruturada das unidades maiores para as menores, o planejamento precisa ser feito no sentido inverso: das unidades menores para as maiores. É nos territórios menores que as ações e os investimentos se realizam. A prática da integração vai permitir maior fluidez de informação, de ações, e uma sinergia extremamente importante para avançar na gestão”, afirmou.
O presidente do CBH PN1, Diego Cavalcante Mota, afirmou: “A integração, pra mim, é essencial para que a gente possa, antes de tudo, usar de forma racional os recursos que são confiados. É a melhor estratégia a ser tomada. E também, acredito eu, não só em questões financeiras e de execução, mas também nas questões até mesmo administrativas, jurídicas e sérias, dos comitês, dos presidentes estarem alinhados em suas ações.”